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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sementes de passado


 
É claro que não se pode mudar o passado, mas, que isso não seja uma desculpa pra não olhar pra um erro ou uma atitude e não buscar suas causas. Pois aí, na minha opinião, torna-se negligencia provavelmente com o futuro e, com certeza, com o presente pois as consequências do passado estão aí, com o atenuante de hoje serem sementes ou brotos, ainda sem raízes.

Certamente as causas que nos levaram a fazer isso ou aquilo estão identificadas bem aqui, dentro de nós, porém, é necessária muita coragem pra olhar pra elas e descobrir se ainda estão vivas, se é algo que já faz parte de nós e teremos que aprender a conviver ou se fez parte de nós momentaneamente.

Nossos erros (assim como os acertos, justiça seja feita) possuem “raízes”, ainda que oriundas de sementes de outras árvores. O que estou querendo dizer e está longe de ser novidade é que copiamos comportamentos de pai e mãe principalmente ou, no máximo, tomamos a direção contrária à deles que ainda assim, acabam sendo origem e justificando muita coisa. Mas, como ouvi certa vez, o que mais importa não é o que fizeram com você e sim o que VOCÊ vai fazer com isso. Adoro esta ideia, principalmente porque nos torna únicos responsáveis, daqui em diante, por nós e pelo escolhermos daquilo que vivemos.

Perder a oportunidade de olhar “de fora” qualquer situação importante que tenhamos passado me parece desperdício e covardia, pois justo agora que chegamos do outro lado é que trazemos bagagem suficiente para “passar a limpo” isto é: escolher com o que vale a pena ficar.

Aproveite, desmistifique, dissolva, veja quem era você naquele momento. Que idade você tinha? Olhe a volta... havia alguém mais com você? Quem eram estas pessoas? Eram realmente quem você acha que eram? Personagens?

Entender até onde vão nossos limites, perceber quem nos tornamos nas crises...é nos reconhecer e aceitar com o melhor e o pior, em nosso todo, porque ninguém é totalmente bom ou totalmente ruim. Acreditando que somos nosso pior inimigo, acredito também que nos proteger de nossas próprias armadilhas é talvez um dos maiores aprendizados então, ao menos para que seja possível reconhecer o perigo, olhe, examine, tenha coragem de refazer sua trilha mais obscura sabendo que agora você tem condições de olhar os bichos, monstros e as armadilhas sem a afobação da sobrevivência que nos faz ferir-nos em todas as etapas e não esqueça: durante a corrida no bosque balançamos arvores cujos galhos nos prenderam, algumas sementes se espalharam e certamente algumas podem estar presas ou nos bolsos de nossas "roupas” (ou almas) decida as que quer semear antes que apodreçam ou criem raízes e te prendam em um novo bosque.

A escolha é nossa!

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